Estamos diariamente sofrendo em favor dos outros. Antes que você pense que isso não esteja relacionado a sua vida, caso você não esteja ciente da renúncia de sua vontade em favor dos seus irmãos não pode estar servido de verdade. Quando nos dispomos a nos entregar no serviço a Deus confrontamos as nossas prioridades com a vontade dos outros. Sendo assim, sofremos com a renúncia do nosso ego. O que os nossos irmãos necessitam passa então a ser a nossa necessidade.
Quando servimos de verdade as necessidades dos outros se tornam mais importantes do que a nossa. Isso dói, pois não é fácil largar os nossos objetivos e planos. Cristo priorizou as nossas vidas em seu ministério. Ele serviu com a sua vida para que pudéssemos ter as nossas necessidades espirituais satisfeitas. Isso requereu de sua vida um esvaziamento de sua vontade (cf. Filipenses, 2:7). Sua vontade se manteve em segundo plano para que muitos pudessem receber o perdão.
O escritor Kevin W. Mannoia ao escrever sobre o primeiro passo para a liderança espiritual ensinou que quando decidimos seguir o caminho do serviço “a agenda dos outros se torna mais importante do que a nossa, e optamos por nos libertar de nossos planos” (2009:36). O serviço é uma escolha consciente e não uma imposição. O servo precisa estar decidido a colocar as necessidades dos outros como prioridade. Enquanto a nossa vontade estiver em satisfazer a nós mesmo estamos muito distantes do serviço cristão.
Aquilo que acreditamos ser importante é o que valorizamos. Nossas escolhas refletem bem o que valorizamos. Se escolhermos a poltrona ao culto, logo saberemos o quanto o conforto físico é valorizado em nossas vidas. O que desejamos como servos de Deus é o bem dos nossos irmãos. Entretanto, isso requer das nossas vidas uma mudança profunda que torne natural a opção pelo próximo. O valor que atribuímos às necessidades dos nossos irmãos não pode ser dissimulado. Ela precisa fluir naturalmente e verdadeiramente.
Quando respiramos não paramos para pensar sobre esse ato. Dificilmente estamos entretidos na inspiração e respiração. Respirar flui naturalmente de nós. A valorização do próximo precisa estar como o ato de respirar em nossas vidas. Simplesmente deve fluir em tudo o que fazemos.
O serviço nos dar autoridade diante dos nossos liderados. Hunter (2004:26) define autoridade como “a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa da sua influência pessoal”. Ele destaca que a influência leva as pessoas a agirem com respeito ao líder. Entretanto, sem que haja coerção. Nossa autoridade vem do nosso serviço. Na comunidade cristã o menor é o maior. Jesus disse: “... quem quiser se o primeiro entre vós será o vosso servo” (Mateus, 20:27).
Os nossos líderes precisam servir. Não podemos deixar que um modelo secular de liderança substitua o serviço como prioridade do líder. Sem o serviço não haverá encarnação de Cristo em nossas comunidades. Quem deseja liderar precisa descer do seu trono e se misturar em serviço como os seus irmãos. O estrelismo precisa ser rechaçado entre nós. O maior é aquele que optou por servir. Não podemos colocar nossos planos no lugar mais alto, mas as necessidades dos nossos irmãos.
Portanto, Deus nos faça servos que priorizem as necessidades dos nossos irmãos. Que seja natural em nós o serviço. Dessa forma, receberemos autoridade para influenciar como Cristo influenciou.
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